O banco islandês Landsbanki, na sua bebedeira de oferta de crédito, criou o Icesave. Uma espécie de banco virtual onde os clientes estrangeiros, sobretudo holandeses e ingleses, puseram muito dinheiro em troca de juros impossíveis. Depois sabe-se o que aconteceu. A banca islandesa, sempre aparada pelo governo neoliberal que tratou da sua privatização, colapsou. O islandeses revoltaram-se e o governo caiu. Os governos britânico e holandês decidiram pagar, sem perguntar nada a ninguém, os estragos aos clientes do Icesave dos seus países. E apresentaram a factura aos contribuintes islandeses. Ou seja, os islandeses tinham de pagar com os seus impostos as dívidas de um negócio entre privados: bancos e investidores.
A construção da segunda travessia do Tejo foi a primeira parceria público-privada (PPP) em Portugal. Nascida para mascarar o défice e atirar para a frente um endividamento que teria saído menos penoso se tivesse sido imediatamente assumido, é uma demonstração clara de como o barato sai, muitas vezes, caro. A receita foi entusiasticamente repetida pelos governos seguintes. E poucos foram os que não viram neste expediente um exemplo de modernidade e boa gestão.